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Perguntas frequentes

:: O que é a Musicoterapia?

A Musicoterapia é um tipo de terapia que, por meio de experiências musicais, incentiva as pessoas a promoverem a melhoria de sua saúde e da qualidade de vida, tanto psicológica quanto física e socialmente.
 

A Federação Mundial de Musicoterapia (WFMT) define Musicoterapia como

 

"O uso de música e elementos musicais (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado com um paciente ou grupo de pacientes a fim de facilitar e promover a comunicação, a interação, o aprendizado, a mobilização, a expressão, a organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, atendendo às necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A Musicoterapia visa a desenvolver potenciais e/ou restabelecer as funções do indivíduo para que ele possa realizar uma melhor integração intrapessoal ou interpessoal e, consequentemente, alcançar uma melhor qualidade de vida, através da prevenção, reabilitação ou tratamento".

:: Que formação é exigida para ser um musicoterapeuta?

Para praticar a Musicoterapia, no Brasil, é necessário fazer a graduação em Musicoterapia (oferecida, atualmente, nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais) ou pós-graduação (especialização) em Musicoterapia.

:: É preciso ter conhecimento musical
para ser paciente de Musicoterapia?

Não. Para se beneficiar da Musicoterapia não é necessário saber música, ter prática em algum instrumento ou haver estudado teoria musical. O único que precisa saber música, na sessão, é o musicoterapeuta.

:: A quem a Musicoterapia é direcionada?

A Musicoterapia pode ser oferecida em clínicas, ambientes terapêuticos e hospitais aos mais diversos públicos, atendendo mamães e papais grávidos, bebês prematuros, crianças, adolescentes, adultos, idosos e pessoas em cuidados paliativos. Também é praticada em grupos, comunidades e empresas.

Assim, é possível oferecer Musicoterapia para:

- estimular sonoramente o bebê no ventre. Tendo no musicoterapeuta argentino Gabriel Federico um dos expoentes da Musicoterapia Focal Obstétrica, o profissional enfatiza que na gravidez coexistem três áreas principais sobre as quais se trabalha musicoterapeuticamente: o vínculo com o neném que vai nascer; o bem estar da futura mãe e o próprio bebê em gestação [1].
 

- contribuir com o processo de alta de bebês prematuros nas UTIs neonatais. Pesquisa quantitativa e qualitativa desenvolvida na Colômbia observou aumento de ganho de peso, menor tempo de internação e o fortalecimento do vínculo entre a família e a criança em grupos de pais e bebês submetidos a sessões de Musicoterapia [2].
 

- auxiliar no desenvolvimento (motor, da linguagem, adaptativo, social e emocional) de pessoas com autismo, síndromes e deficiências [3]. As experiências musicais incentivam, por exemplo, crianças, adolescentes e adultos com autismo a romperem o isolamento e oferecem oportunidades de saírem de círculos viciosos comportamentais e de movimentos, proporcionando bem-estar e autorregulação [4].
 

- promover o alívio do estresse e da ansiedade de adolescentes, adultos e idosos que queiram, a partir dos sons – de forma lúdica e leve -  se conhecer mais profundamente (afinal, quem sou eu?) e melhorar suas relações com os outros e consigo mesmos, a fim de experimentar a vida de maneira mais satisfatória [5] [6] [7].
 

- estimular o desenvolvimento de habilidades em pessoas com doenças neurodegenerativas, como Parkinson [8], Esclerose Múltipla [9] e Alzheimer [10], identificando, para isso, as funções preservadas. Junto a pessoas com Alzheimer, a Musicoterapia trabalha resgatando a memória autobiográfica e as lembranças de fatos e situações significativos, observando ganhos em relação à cognição global.
 

- incentivar pacientes diagnosticados com dependência crônica de substâncias psicoativas [11] a aderirem ao tratamento de reabilitação, descobrindo e fortalecendo, através da música, suas potencialidades e experienciando outras maneiras de sentir e conduzir a vida.
 

- auxiliar casais ou membros de uma mesma família [12] a adotarem novas práticas de convivência com objetivo de melhorar a harmonia entre si. A partir de atividades musicoterapêuticas, os pacientes de um mesmo núcleo familiar têm a oportunidade de se ouvirem, de se perceberem de outras formas e buscarem, juntos, resolução para os conflitos.
 

- melhorar a saúde do trabalhador junto a empresas [13] [14]. Desavenças com colegas e atividades consideradas de alto nível de estresse costumam ser causa de desmotivação, baixa produtividade e demissões. Com a Musicoterapia, os colaboradores são incentivados a expressar sentimentos e a se envolverem em atividades musicais colaborativas.

- contribuir para a percepção de que sujeitos de uma mesma comunidade têm a capacidade de inaugurar outras formas de ser, pensar e agir. A partir da Musicoterapia Comunitária, é possível estimular pessoas de um mesmo bairro ou região a melhorar o convívio coletivo. [15] [16].

:: Como a Musicoterapia surgiu?

A Musicoterapia é um campo de conhecimento relativamente novo. Foi ao fim da 2ª Guerra Mundial que, nos Estados Unidos, um grupo de músicos decidiu tocar em uma das inúmeras enfermarias onde convalesciam os soldados que retornavam após os combates [16].

 

Entendendo a ferramenta que tinham em mãos, os músicos continuaram a interagir com os pacientes. Havia casos de soldados que precisavam se submeter a tratamentos psicológicos a fim de trabalhar os traumas vivenciados em guerra; alguns, quando queriam relatar os horrores protagonizados, não conseguiam falar... no entanto, ao se oferecer um instrumento sonoro para que pudessem expressar o que recordavam e sentiam, conseguiam entrar em contato com a essência do que viveram e, então, podia-se trabalhar em terapia a elaboração dos traumas.

 

Os resultados obtidos após as atividades musicais foram significativos: tanto física quanto emocionalmente os pacientes apresentaram mudanças positivas. Equipes médicas, então, perceberam a necessidade de se investir em pesquisas e práticas que pudessem solidificar essas experiências.

 

 

:: Bases e modelos de Musicoterapia

São diversas as formas de se aplicar a Musicoterapia. As experiências musicais, no entanto, servem como base comum a todas elas, e são nomeadas como recriação; improvisação; composição e audição (ou experiências receptivas). Cada uma delas é aplicada considerando-se contextos, objetivos terapêuticos, técnicas e níveis de aprofundamento.

 

É importante ressaltar que a palavra improvisação, em Musicoterapia, tem significado distinto daquele que se relaciona com a execução de músicas de jazz. Nas sessões, improvisar significa tocar ou cantar da forma que o paciente sente ser possível, dentro de suas capacidades emocionais, físicas e cognitivas.

 

E os modelos?

Durante o IX Congresso Mundial de Musicoterapia (realizado pela World Federation of Music Therapy - WFMT), de 1999, em Washington (EUA), a comunidade de profissionais musicoterapeutas reconheceu e definiu cinco modelos teóricos de Musicoterapia [16] [17] [18] [19]:

 

:: Modelo Nordoff Robbins (improvisação criativa) – tem orientação na psicologia humanista e foi desenvolvido pelo músico Paul Nordoff e o educador Clive Robbins, 1960, nos Estados Unidos e na Inglaterra;

 

:: Modelo GIM (Guided Imagery and Music - Imagens Guiadas e Música) – também tem sua base na psicologia humanista. Foi criado pela musicista Helen Bonny em 1960, nos Estados Unidos;

:: Modelo de Musicoterapia Analítica - sistematizado por Mary Priestley, 1960, na Inglaterra;

:: Modelo Benenzon – fundamentado na psicanálise e em técnicas do psicodrama pelo psiquiatra Rolando Benenzon, em 1960, na Argentina;

:: Modelo de Musicoterapia Behaviorista – sistematizado por Clifford Madsen em 1970, nos Estados Unidos.

 

 

O modelo Nordoff-Robbins tem nas improvisações a base para todo o processo terapêutico. Os pacientes são tidos como protagonistas ativos das sessões, pois vêm deles os sons – uma respiração, estereotipias, alguma vocalização – que serão incorporados na estrutura musical das improvisações. O objetivo do modelo é estimular o cliente a encontrar e desenvolver potencialidades a fim de transpor limites de seu quadro patológico.

O modelo GIM se utiliza de programas musicais eruditos, selecionados para cada paciente com o objetivo de estimular um estado não ordinário de consciência e fazer emergir do inconsciente respostas – que poderiam surgir como imagens – para as questões trabalhadas no processo musicoterapêutico. Tem fundamentos teóricos baseados na psicologia Humanista e Transpessoal, principalmente de Carl Rogers, Abraham Maslow e Carl Jung. Pode ser aplicado em crianças e adultos que não sejam portadores de transtorno mental grave.

O modelo de Musicoterapia Analítica se utiliza também de improvisações, e a música produzida é ferramenta analítica e simbólica. Em muitos casos, exatamente por causa da música é possível perceber uma redução da resistência do paciente a emoções negadas ou escondidas. Experimentando emoções simbolicamente a partir da música, elas parecem menos ameaçadoras e dolorosas. As improvisações, então, poderiam dar acesso a conteúdos inconscientes relacionados às questões trabalhadas nas sessões, e a elaboração do que foi ouvido e sentido é feita de forma verbal. Está baseada em trabalhos de Sigmund Freud, Melaine Klein e Carl Jung.

O modelo Benenzon parte da Identidade Sonora (ISO) de cada paciente; assim como as impressões digitais, não haveria uma ISO totalmente comum a duas pessoas, pois essa identidade seria constituída por sons ouvidos desde o útero e construída ao longo da vida, como uma trilha sonora única, personalizada. Para Benezon, a função da Musicoterapia é abrir canais de comunicação por meio do repertório musical que o paciente traz – e, a partir disso, trabalhar as questões necessárias.

 

O modelo de Musicoterapia Behaviorista tem por objetivo modificar comportamentos como os considerados agressivos ou estereotipados, buscando a melhor integração social do paciente. A música, então, atuaria como reforço positivo ou negativo para se estimular a mudança comportamental. Tem como pioneiros Barrett, Madsen, Steele, Walker e Jorgenson.

Recentemente, durante o 17º Congresso Mundial de Musicoterapia da WFMT, realizado em Vancouver (Canadá), entre os dias 24 e 29 de julho de 2023, treze outros modelos foram assim reconhecidos oficialmente a partir do artigo A Comprehensive review classifying contemporary global practices in Music Therapy, divulgado na revista científica da Federação [20]. Agora temos 18 modelos oficiais de Musicoterapia. Os 13 incluídos são:

:: Musicoterapia Plurimodal – de Diego Schapira (AR) – desenvolvida desde 1984, tem base psicanalítica e se fundamenta também na psicologia humanista e na Gestalt. Tem o entendimento do ser humano como biopsicossocioespiritual e considera seus Modos Expressivo-Receptivos (MER-s) e as Representações Sociais Musicais (RSMs) a partir dos grupos em que está inserido, assim como conceitos próprios. Compreende mais de 50 técnicas (adotadas ou originalmente concebidas), que se dividem entre quatro eixos: o de Improvisações Musicais Terapêuticas, o de Canções, o de Receptivas e o de Uso seletivo de música gravada. É voltada aos diversos públicos e a pessoas de diversas idades.

:: Musicoterapia NICU – de Jayne Standley (EUA) – voltada a bebês prematuros;

:: Musicoterapia Interativa – de Amelia Oldfield (UK) – destinada principalmente a crianças autistas e com deficiências físicas;

:: Musicoterapia Médica – de Cheryl Dileo (EUA) – baseada na teoria biopsicossocial, na ressonância paciente/musicoterapeuta e em técnicas empáticas;

:: Musicoterapia Focal Obstétrica – Gabriel Federico (AR) – voltada às gestantes e seus bebês;

:: Musicopsicoterapia Vocal – Diane Austin (EUA) – foco em situações de trauma e autoconhecimento;

:: Musicoterapia Neurológica – Michael Thaut (CA) – destinada ao desenvolvimento sensoriomotor, da fala/linguagem e à reabilitação cognitiva;

:: Música e Imagens – Lisa Summer e Fran Goldberg (EUA) – voltada ao desenvolvimento pessoal;

:: Musicoterapia Artística – Yadira Albornoz (VE) – foco na melhoria da qualidade de vida a partir da cultura e de práticas indígenas de Abya Yala;

:: Musicoterapia Analítico-cognitiva – Stella Compton Dickson (UK) – destinada a melhorar relações interpessoais;

:: Musicoterapia Humanista – Victor Muñoz Polit (MEX) – voltada a neurotípicos com objetivos de autoconhecimento e melhora do bem-estar;

:: Musicoterapia orientada a recursos - Randi Rolvsjord (NO) - aplicada à saúde mental.

:: CanPau - Paola Lazo (AR) – destinada a autistas e suas famílias.

Bibliografias

[1] FEDERICO, G. (2005). Musicoterapia focal obstétrica, XI Congreso Mundial de Musicoterapia, Brisbane, Australia. Disponível aqui.
 

[2] ETTENBERGER, Mark & ODELL-MILLER, Helen & CÁRDENAS, Catherine & SERRANO, Sergio & PARKER, Mike & LLANOS, Sandra. (2014). Music Therapy With Premature Infants and Their Caregivers in Colombia – A Mixed Methods Pilot Study Including a Randomized Trial. Voices: A World Forum for Music Therapy. 14. 10.15845/voices.v14i2.756. Disponível aqui

 

[3] MALDONADO, Isabel María Mateo. La Musicoterapia dentro del contexto de la parálisis cerebral. 2018. 56 f. Trabajo de Fin de Grado. Universidad de Sevilla, Sevilla, 2018. Disponível aqui


[4] ZOT, Ana Cláudia Dal e ARAÚJO, Gustavo Andrade de. Musicoterapia no contexto familiar de uma criança autista: reflexão acerca das possibilidades de interação com a criança e seus cuidadores. In: SHULZ, Gustavo Gattino & REIS, Cláudia Schaun (org). Musicoterapia & autismo: campos de comunicação e afeto. Florianópolis: Forma & Conteúdo Comunicação Integrada, 2019.

 

[5] PANACIONI, Graziela França Alves. Musicoterapia na promoção da saúde: um cuidado para a qualidade de vida e controle do estresse acadêmico. 2012. 144 f. Dissertação (Mestrado em Música) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2012. Disponível aqui

 

[6] NERES, Carolina Barbosa; BARBOSA, Keyla de Paula; GARCIA, Patrícia Azevedo; ALVES, Aline Teixeira; MATHEUS, Liana Barbaresco Gomide. Efetividade da Musicoterapia na redução da ansiedade de pacientes oncológicos: revisão sistemática. Revista Brasileira de Cancerologia [Internet]. 27º de janeiro de 2020 [citado 18º de julho de 2020];65(4):e-08592. Disponível aqui
 

[7] KROB, Daniéli Busanello. 'Comigo não, violão!': Musicoterapia com mulheres em situação de violência doméstica. São Leopoldo, RS, 2010. 28 f. TCC (Graduação em Musicoterapia) - Escola Superior de Teologia, Instituto Superior de Música, São Leopoldo, 2010. Disponível aqui

[8] CORTE, Beltrina; LODOVICI NETO, Pedro. A musicoterapia na doença de Parkinson. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro,  v. 14, n. 6, p. 2295-2304,  dez.  2009.   Disponível aqui. 

 

[9] FRANÇA, Cecilia Cavalieri et al. Música e Identidade: relatos de autobiografias musicais em pacientes com esclerose múltipla. Per musi, Belo Horizonte, n. 20, p. 54-63, 2009. Disponível aqui

 

[10] ANASTÁCIO JUNIOR, Mauro Pereira Amoroso. Musicoterapia e doença de Alzheimer: um estudo com cônjuges cuidadores. 2019. Dissertação (Mestrado em Gerontologia) - Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. doi:10.11606/D.100.2019.tde-26062019-205908. Disponível aqui.
 

[11] GUTIÉRREZ, Christiam André Bautista. Musicoterapia e adicção: efeitos da musicoterapia na aderência ao tratamento de um grupo de pacientes com consumo crônico de substâncias psicoativas. Revista InCantare, [S.l.], dez. 2017. ISSN 2317-417X. Disponível aqui

 

[12] VALENTIN, F. (2018). Não é porque sou pobre que não posso sonhar: contribuições da Musicoterapia em grupo multifamiliar vulnerado pela pobreza. (Tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, Universidade de Brasília, Brasília. Disponível aqui.
 

[13] GUAZINA, Laize; TITTONI, Jaqueline. Musicoterapia institucional na saúde do trabalhador: independentes, interfaces e produções. Psicol. Soc. , Florianópolis, v. 21, n. 1, pág. 108-117, abril de 2009. Disponível aqui.  

[14] REIS, Cláudia Schaun; MENTA, Ingrid. Musicoterapia aplicada a funcionários da Udesc. Revista Portuguesa de Musicoterapia. Ano 1, número 1, 2020. Disponível aqui.

[15]  ARNDT, Andressa Dias e MAHEIRIE, Katia. Musicoterapia Social e Comunitária e processos de subjetivação política. Psicologia & Sociedade [online]. 2021, v. 33. Disponível aqui.

[16]  ARNDT, Andressa Dias; MAHEIRIE, Kátia. Musicoterapia: dos fazeres biomédicos aos saberes sociocomunitários. Rev. Polis Psique, Porto Alegre, v. 9, n. 1, p. 24-71, abr.  2019.

Disponível aqui.

[17]  Conheça mais sobre os modelos teóricos que orientam a prática da Musicoterapia. Associação Baiana de Musicoterapia – ASBAMT, 2016. Disponível aqui.

[18]  ALMEIDA, Daniele Torres de; CAMPOS, Ana Maria Caramujo Pires de (2013). Educador-terapeuta – os benefícios do olhar do especialista em Musicoterapia na educação musical. Brazilian Journal of Music Therapy, (15). Disponível aqui.

[19] PRIESLEY, Mary. Essays on Analytical Music Therapy. Barcelona Publishers, 1994.

[20] MCFERRAN, Katrina; CHAN, Vivian; TAGUE Daniel; STACHYRA Krzysztof; MERCADAL-BROTONS, Melissa. A Comprehensive review classifying contemporary global practices in Music Therapy. In: Music Therapy Today WFMT online journal Vol. 18, No. 1, 2023. ISSN: 1610-191X. Disponível em pdf ou neste link.

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